Unidade recebeu o evento que reuniu mais de 70 alunos dos Núcleos de Artes Cênicas AE Carvalho, Vila das Mercês, Ribeirão Preto e Itapetininga
Por: SESI Itapetininga
20/11/201916:21- atualizado às 14:42 em 21/12/2019
Pela terceira vez em 12 anos, o SESI Itapetininga sediou, de 15 a 17 de novembro, o Encontro Cena Livre, evento que reúne os alunos dos Núcleos de Artes Cênicas (NACs) do SESI-SP para a apresentação dos espetáculos inéditos desenvolvidos durante os dez meses do curso Múltiplas Linguagens sob a direção dos orientadores de Artes Cênicas do SESI-SP.
Nesta edição, o SESI Itapetininga recebeu os NACs de AE Carvalho, Vila das Mercês e Ribeirão Preto. Além da apresentação dos espetáculos produzidos, houve muita troca de conhecimento em rodas de conversa, debates, workshop de ioga e trekking cultural com a participação da equipe de Esporte, envolvendo quase 100 pessoas entre alunos e profissionais.
A programação do Encontro contou com a apresentação de quatro espetáculos. Um deles foi a peça “Co-mover ou Das Tentativas de Se Enxergar um Jardim”, do NAC AE Carvalho, que apresentou a trajetória dos arquétipos da flor, da pedra e do pássaro relacionando-os aos movimentos migratórios e as sensações de pertencimento, refúgio e exílio; “Sobre Deitar Raízes em Novo Solo”, do NAC Ribeirão Preto, é uma montagem que discute a necessidade humana de fixar raízes e desenvolver-se; e “Terra de Noz”, do NAC Vila das Mercês, recontou a história de OZ sob a lente de figuras fantásticas que buscam um lugar melhor para viver; por fim, “Panorama Visto da Ponte”, do NAC Itapetininga, narra a história de um casal, Eddie e Beatrice, que criam uma sobrinha órfã, a jovem Catherine. O conflito acontece quando a família recebe dois primos latinos, que imigraram ilegalmente nos Estados Unidos.
Os espetáculos são resultados do curso anual de iniciação teatral Múltiplas Linguagens ministrado pelos Núcleos de Artes Cênicas do SESI-SP (NAC). O tema escolhido para 2019 foi Movimentos Migratórios, cujo intuito é compreender contextos de migração e os deslocamentos humanos. Assim como nas temporadas passadas, o Cena Livre traz à tona a liberdade de experimentação, em uma composição interdisciplinar que só o teatro não profissional pode oferecer.
A avaliação geral do evento foi bem sucedida, tanto entre os “veteranos” do Cena Livre como para os que o vivenciaram pela primeira vez. “Esse foi meu quarto Cena Livre e sabemos o quão importante o evento é para os nossos alunos, pois temos de pensar muito além da troca de apresentações entre eles. Além de mostrarmos como foi o processo final dos núcleos, é muito importante a vivência que ocorre entre os alunos. O Encontro mostra o quanto o SESI pensa na Cultura, na sociedade e no diálogo em um momento transformador que é o Cena Livre”, analisa Flávio Bassetti, Analista de Atividades Culturais.
Também com outras experiências de Cena Livre em sua trajetória, a Orientadora de Artes Cênicas de Ribeirão Preto, Priscila Altran, ressalta que o evento sempre a surpreende. “Mesmo depois de 13 anos de SESI, o Cena Livre ainda me surpreende pela efervescência de oportunidades para que a gente pense, reflita e analise a pluralidade daquilo que pode ser construído dentro de uma única temática. É um momento de troca e experiências, mas também de celebração.”
Já os “novatos” também não pouparam elogios ao evento. “Meu primeiro Encontro Cena Livre foi marcado por muita troca de sentimentos, energia, conhecimento e, entre tantas coisas mais, a arte. Tudo foi sentido à flor da pele, não havia cansaço que vencesse a vontade de estar ali em conexão com tanta gente incrível. Poder expandir a minha visão sobre um tema tão importante como o que fora tratado foi apenas um dos ganhos de estar nesse encontro tão inexplicável. Deixei um pouco de mim e estou levando muito comigo. Se pudesse definir com apenas uma palavra seria intenso", destaca Isabela Menck, aluna do NAC Itapetininga.
“Foi de extremo valor para mim. As experiências que pude trocar com outras pessoas e outros artistas que estavam investigando o mesmo tema foi se suma importância para poder ter uma perspectiva geral do quão grande e importante é o trabalho do SESI. Ouvir os depoimentos dos Orientadores de diferentes NACs, saber mais como foi o processo criativo, as dificuldades e obstáculos no decorrer do processo da criação é maravilhoso. É uma experiência que vou levar para a vida toda”, analisa Gusthavo Pereira dos Santos, aluno do NAC AE Carvalho e que também participou pela primeira vez do Encontro.
Gratidão
Diante da profusão de sentimentos, um deles também foi muito citado pelos participantes do Encontro Cena Livre do SESI Itapetininga: a gratidão. “Fomos muito bem recebidos por todo o pessoal de Itapetininga e agradeço por terem sido tão bondosos e gentis com todo o nosso grupo. Trocamos muitas experiências sobre teatro e trabalho e evoluímos com todos os outros grupos que foram muito solícitos com a gente. Tenho 69 anos e aprendi muito com isto e, por isso, agradeço a esse trabalho que me fez crescer como cidadão e artista. Mas isso tudo só aconteceu graças a um olhar artístico, um olhar do SESI. E no encerramento do nosso grupo, escolhemos uma palavra para simbolizar tudo isso: gratidão!”, frisa o aluno Lima Limão, do NAC AE Carvalho.
Beth Freire, do NAC Vila das Mercês, é outra que também se mostrou grata ao evento. “Gratidão por tudo! Pelo processo, pelas possibilidades. Muito obrigado ao SESI Itapetininga, pelas pessoas que nos receberam tão bem e nos proporcionaram coisas maravilhosas. Tudo isso é muito enriquecedor para qualquer ser humano. Somos privilegiados por termos essas possibilidades de fazer, buscar e conversar sobre arte. Que possamos estar de mãos dadas, apesar das distâncias.”
Para Maria das Dores, do NAC Vila das Mercês, o Encontro Cena Livre “encheu” seu coração de bons sentimentos. “Se eu fosse descrever em palavras tudo que estou sentindo, seria difícil! Meu coração ficou tão repleto de amor e gratidão pela recepção da equipe maravilhosa do SESI Itapetininga. E como sou grata a Deus, diante de todas as minhas imperfeições, de ter feito parte desses processos do NAC”, destacou.
Por fim, Mayara Nanini Horiy, aluna do NAC Itapetininga e ex-aluna da Rede SESI de ensino, considerou “mágico” o evento. “Participar do Cena Livre foi vivenciar na prática o tema proposto desde o início do Múltiplas 2019: Imigração/Migração. Todos migrando de sua casa, de uma vida e rotina para viver a dádiva do teatro. Uma magia que reverberou durante três dias unindo os NACs Ribeirão Preto, AE Carvalho, Vila das Mercês e Itapetininga. Não existiu idade, cor, lugar, classe social, etnia. Formou-se um único grupo, o qual se permitiu migrar-se de si. Esse grupo simplesmente fez sua marca, uma marca a qual se eternizou no palco e no íntimo de quem se permitiu sentir”, concluiu.
Além da apresentação de espetáculos, o Cena Livre promoveu troca de experiências com programação diversificada